Durante o evento anual do AIUM ? American Institute of Ultrasound in medicine – foi mostrada uma nova técnica de diagnóstico por imagem, capaz de fundir a imagem seccional da tomografia computadorizada, da ressonância magnética, com os dados ultrassonográficos, resultando em uma só imagem. O equipamento denominado, muito apropriadamente, de IMAGEM FUNDIDA, ainda está em fase de protótipo e foi apresentado pelo Dr., Joseph Craig, radiologista do Henry Ford Hospital, Detroit.

Nesta técnica os dados da CT ou RNM são fundidos com o exame ultrassonográfico usando pontos de registro fixos. Na imagem US dinâmica os dados do CT ou RNM do mesmo plano são mostrados na tela do equipamento de US. O equipamento US de fusão é equipado com um emissor de rádio freqüência e a sonda US é equipada com um sensor de posição, para poder interpretar corretamente a topografia das imagens equivalentes de RNM e CT.

Desta forma o equipamento de US tem a capacidade de fundir as três informações, o que é particularmente útil na biópsia do sistema músculo esquelético, em especial quando a biópsia do tecido ósseo deve ser realizada concomitantemente com as tecidos de partes moles. Esta tecnologia requer uso de sonda de US com um sensor de posição duplo implantado numa sonda de US.


Esquemas da sonda US para imagem de fusão

Apesar desta nova tecnologia incorporar as varreduras de CT e RNM previamente realizadas, não há radiação para o paciente ou operador. Além disso, o equipamento permite identificar lesões que não seriam perceptíveis se apenas a US fossse utilizada, como aquelas situadas no interior do osso e, quando se direciona a agulha da biópsia para o alvo, é possível seguir com a ultrassonografia em tempo real.

INJEÇÃO DE ESTERÓIDE

Outro assunto bastante ventilado, segundo a Dra. Lucy Kerr, em várias palestras foi sobre a INJEÇÃO DE ESTERÓIDE em articulações, comparando os resultados do procedimento antigo realizado às cegas com o direcionado pelo US. Uma delas foi ministrada por David Fessel, da Universidade de Michigan.

As injeções de esteróides nas articulações iniciaram-se em 1950 mas houve muitas complicações decorrentes do procedimento, principalmente a necrose local da pele, despigmentação da pele (4%), infecção local e ruptura do tendão. Esta última complicação, que é muito ruim quando ocorre, decorre quando a injeção é realizada intra-tendão, pois ela induz a necrose do tendão e, como a dor desaparece e o paciente se sente bem, ele abusa da força e rompe o tendão sem perceber.

Ele relata o caso de um jogador de baseball muito famoso que teve essa complicação após o procedimento e mostrou a foto do atleta durante o episódio de ruptura em um jogo que participou (o último, pois não teve mais condição física após isso). Portanto, para que sejam realizadas as injeções de esteróides é necessário o correto posicionamento da agulha. Se a injeção for às cegas, nunca se sabe exatamente onde está sendo aplicada a injeção: está na gordura? está no Músculo? está na Bursa? está na articulação? está no Tendão? A injeção de esteróide realizada às cegas é muito imprecisa e perigosa, pois 29% dos casos ela é aplicada intra-tendão. Portanto, as injeções realizadas corretamente fazem toda a diferença e há melhora significante dos sintomas em relação às injeções às cegas. O risco de ruptura do tendão reduz significantemente se a injeção for guiada por US.

Outros exemplos foram mostrados durante sua palestra. Com o direcionamento ultrassonográfico pode-se evitar a punção de uma articulação que não contenha derrame, diminuir o número de punções necessárias para se obter material adequado para a cultura ou aspirar o líquido (articular ou extra-articular), de abscessos e de bursites (bolsas amortecederas ao redor de tendões e músculos) e evitar a contaminação bacteriana de um derrame articular não infeccionado durante artroscopia devido a presença de uma abscesso ou bursite infecciosa não diagnosticado anteriormente ao procedimento. Com a US o trajeto ideal para atingir a coleção assegura que a aspiração seja realizada de forma segura e com sucesso garantido.


*As informações foram transmitidas pela médica Lucy Kerr, especialista em ultrassonografia.