O ex-ministro da Saúde, Adib Jatene, que presidiu a comissão do Ministério da Educação responsável por supervisionar a qualidade dos cursos de medicina, defendeu hoje a criação de um provão para ser aplicado aos estudantes no final do curso. A avaliação seria semelhante ao exame da Ordem dos Advogados do Brasil que é obrigatório para o exercício da advocacia.
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“A escola que prepara mal dá o diploma e os Conselhos Regionais de Medicina funcionam como cartório. Registram o diploma e dão a carteira profissional autorizando o exercício. Isso precisa ser corrigido”, defendeu.
Ele argumentou que nos Estados Unidos, desde o início do século 20, os alunos são submetidos a um exame obrigatório para o exercício da profissão.
“Aqui no Brasil esse problema já vem sendo discutido há muito tempo. Em 1988 isso foi proposto, mas houve uma grande reação por parte dos alunos e dos sindicatos. Passaram-se quase 20 anos e aos poucos vai se consolidando a idéia de que é preciso esse exame. Tanto que em São Paulo, por exemplo, já há vários anos se faz uma avaliação não-oficial que tem resultados insatisfatórios. Na última edição, 61% dos alunos não se saíram bem”, explica Jatene.
O ministro da Educação, Fernando Haddad, afirmou que não cabe à pasta avaliar a necessidade dessa medida. “O MEC não regula exercício profissional, mas formação. Nosso assunto é zelar pela qualidade da educação até a expedição do diploma”, afirmou.
Na opinião de Haddad, o ideal é criar formas mais rigorosas de atuação do ministério para garantir que o médico formado tenha condições de exercer a profissão. No caso da decisão por um exame, Haddad defende que seria preciso pensar em um modelo para a prova que pudesse de fato avaliar a qualidade da formação.
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