- A reabilitação dos profissionais representa vantagens para todos os envolvidos; prevenção segue como prioridade
O dia 27 de julho marca o Dia Nacional da Prevenção de Acidentes do Trabalho, tema que vem sendo alvo de debates e mudanças no mercado. Hoje, afastar um funcionário por acidente quando, na verdade, ele poderia ser reabilitado e reintegrado à atuação profissional não parece mais uma boa ideia. Incentivadas pela justiça, as empresas seguem a tendência de auxiliar na reabilitação do trabalhador para que ele permaneça economicamente ativo, o que é um benefício tanto para o profissional que tem sua autoestima preservada quanto para a empresa que segue contando com a atuação daquele membro da equipe.
Hoje, a reabilitação do trabalhador acidentado é, por lei, obrigação do INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social), responsável por receber e readaptar o profissional para que ele possa voltar ao mercado o quanto antes. Porém, a iniciativa privada vem absorvendo parte deste papel, principalmente quando assumidamente culpada pelo acidente responsável pelo afastamento.
Segundo o programa nacional de prevenção de acidentes de trabalho “Trabalho Seguro”, do TST (Tribunal Superior do Trabalho), somente em 2013 o sistema de trabalho privado registrou mais de 2,5 milhões de solicitações de auxílio-doença (acidentário e não-acidentário). Nos últimos dez anos, dentre as principais causas do auxílio não-acidentário estão dorsalgia; transtornos de discos intervertebrais; hérnia inguinal; dor lombar baixa; episódios depressivos e hipertensão essencial. Já nas causas dos auxílios acidentários, destaque para fratura de dedos; fratura ao nível do punho e da mão; dor lombar baixa; dorsalgia; sinovite e tenossinovite; e lesões do ombro.
O mesmo estudo indica também que entre 2004 e 2013 houve uma redução significativa no tempo de afastamento. Enquanto em 2004 a duração média de um auxílio doença previdenciário era de 209 dias e do acidentário era de 223 dias, em 2013 esses números baixaram para 195 dias e 190 dias respectivamente.
Ainda sobre reabilitação, a edição 2017 da Hospitalar Feira+Fórum ofereceu o Simpósio Latino-Americano de Reabilitação e Tecnologia Assistiva, evento realizado pela SEDPcD – Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência do Estado de São Paulo que contou com palestrantes nacionais e internacionais impulsionando o debate sobre o tema (leia mais AQUI).
A importância da prevenção
Trabalhar a reabilitação desses profissionais é sim um dos pontos-chave que devem ser sempre levantados, porém a prevenção ainda é a principal ação a ser tomada. Pensando nisso, a Pró-Saúde (Associação Beneficente de Assistência Social e Hospitalar) realiza um trabalho motivador quanto à prevenção de acidentes de trabalho. Em sua filial do Pará, nos nove hospitais gerenciados, promove anualmente a SIPAT (Semana Interna de Prevenção de Acidentes de Trabalho) e conta com o Sesmt (Serviço Especializado de Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho), promovendo ações contínuas de educação em saúde do trabalhador.
Além disso, a Pró-Saúde também desenvolve o programa Direção Viva, uma iniciativa contínua de educação em saúde voltada para a redução de acidentes de trânsito. Além de sensibilizar sobre as sequelas dos acidentes, alerta os colaboradores sobre os riscos durante o trajeto entre suas casas e as unidades em que atuam, visto que o percurso também é considerado acidente de trabalho. O projeto Direção Viva foi apresentado no estande da entidade durante a edição 2017 da Hospitalar Feira+Fórum.
Empresas do setor médico-hospitalar também demonstram preocupação com a prevenção de acidentes, visto que segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), dos 35 milhões de profissionais da saúde em todo o mundo, quase 3 milhões passam por exposições percutâneas a patógenos sanguíneos a cada ano. O risco, desta forma, é alto.
Empenhada em melhorar a segurança e o bem-estar dos trabalhadores da saúde e seus pacientes com o desenvolvimento de dispositivos médicos de segurança, a Sol-Millennium, que também contou com um estande durante a última edição da mostra, desenvolve produtos como, por exemplo, injeções que promovem maior segurança aos profissionais da saúde durante o procedimento e no descarte, peças com um sistema de segurança diferenciado que retrai e trava a agulha para dentro do cilindro, quebrando o êmbolo e impossibilitando o reuso.