Naturalmente propícia à proliferação bacteriana, a boca a princípio não deveria receber piercings. “Há língua é muito vascularizada e qualquer infecção na região pode atingir facilmente a circulação sistêmica e acometer órgãos distantes”, ressalta a ortodontista Vanessa Brito, da Rede Orthos Odontologia.

A especialista em sorrisos vai além: “O adorno, quando fixado nos lábios, pode causar a retração da gengiva e, em longo prazo, provocar perda óssea. E osso perdido não pode ser recuperado”. Nesses casos, a remoção do piercing deve ser imediata e a atuação do odontologista se faz necessária. “Por vezes, a raiz do dente fica muito exposta, demandando enxerto gengival”, comenta. Quando usado na língua, o adorno pode afetar funções essenciais como deglutição, fonação e gustação.

Dra. Vanessa recomenda cuidados essenciais para quem não quer abrir mão do acessório. “É necessário cuidado redobrado durante a mastigação. Para a higiene bucal, é preciso retirar o piercing e complementar a escovação com bochecho com produto antisséptico. No mais não se deve brincar de torcer, mordiscar, girar ou tocar o piercing com as mãos, pois esses de hábitos aumentam os traumas na mucosa e nos dentes”, orienta.

Quanto mais tempo o usuário permanece com o piercing na boca, maiores são as chances de desenvolver doenças que variam de processos inflamatórios crônicos a lesões que podem, inclusive, acarretar câncer. Vale ressaltar que o furo é irreversível é que ao retirar a peça, a perfuração formará uma fibrose que só poderá ser eliminada com cirurgia plástica.