Introduzida no Hospital A.C.Camargo há 15 anos, a braquiterapia de alta taxa de doses para tumores prostáticos – técnica que consiste na utilização de sementes radiativas do tamanho de um grão de arroz que são colocadas diretamente na próstata – tem sua eficácia detalhada em revisão liderada pela Sociedade Americana de Braquiterapia, que analisou os mais importantes trabalhos do mundo sobre a terapia, reunindo relatos de 7107 pacientes com tumores de baixo, intermediário e alto grau.
Publicado recentemente no periódico médico Brachytherapy o estudo destaca que o câncer de próstata pode ser controlado em 90% dos casos em que é utilizado o elemento químico irídio 192 com a técnica conhecida como braquiterapia de alta taxa de dose. A pesquisa também estabelece os parâmetros para uso do elemento. O Hospital A.C.Camargo foi a única instituição da América Latina a fazer parte do levantamento – os demais centros eram dos Estados Unidos e da Europa.
A braquiterapia é uma técnica que consiste na inserção – por meio de um cateter ou com a ajuda de uma agulha – de uma “semente” de metal radioativo na próstata. No caso da braquiterapia com irídio 192, a “semente” do elemento, que possui 2,9 milímetros de comprimento e 0,5 milímetro de diâmetro, é deixada na região por alguns segundos, emitindo radiação diretamente no câncer, e retirada em seguida.
A braquiterapia mais conhecida é a feita com o iodo 125. “O iodo não é retirado, ele fica no órgão para sempre. Com o irídio isso não acontece”, diz Antônio Cássio Pellizon, diretor do serviço de braquiterapia do A.C.Camargo. O irídio possui uma atividade mais alta, ou seja, tem uma ação mais profunda nos tecidos. Por isso, ele é retirado.
“Esse é o primeiro levantamento que confirma que a técnica é eficaz e pode – deve – ser usada no tratamento do câncer de próstata”, diz Pellizzon, sobre a pesquisa da Sociedade Americana de Braquiterapia.
Link para o artigo: http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1538472111004004
O serviço de braquiterapia do A.C.Camargo, liderado por Pellizzon, participa da revisão da Sociedade Americana com os relatos dos 209 primeiros pacientes tratados pela técnica na instituição. Após cinco anos e dois meses de acompanhamento (follow up), Pellizzon, junto com sua equipe, observou que houve controle da doença em 91% dos pacientes de baixo risco, 90% entre os de risco intermediário e entre os de alto risco – que em algumas instituições participantes do estudo o índice foi abaixo de 50% – atingiu 89%. Até hoje já foram tratados pela braquiterapia de altas doses no A.C.Camargo mais de 600 pacientes com diagnóstico de câncer de próstata. O procedimento é adotado também para casos de retinoblastoma e tumores ginecológicos.
Link: trabalho referência do A.C.Camargo: http://ac.els-cdn.com/S0167814002004085/1-s2.0-S0167814002004085-main.pdf?_tid=a9083177473f1ca262ab697a221be464&acdnat=1335297728_aa6cded1eb2ebbbd8423874f0a9fddd2
A partir de 2003, o Hospital A.C.Camargo tornou-se referência mundial em braquiterapia e desde então seus pesquisadores já publicaram catorze artigos em periódicos científicos. Paralelamente, o Serviço atua com dois protocolos investigacionais iniciados em 2005 e 2007. “São fatores que posicionam a instituição como centro de referência mundial na utilizam desta tecnologia, sendo a única da América Latina atuante no estabelecimento da linha consensual no mundo”, destaca o radiologista oncológico, Antônio Cássio Pellizzon.
Indicações e tempo de tratamento – A braquiterapia de alta taxa de doses pode beneficiar pacientes com tumores de próstata de baixo, intermediário e alto risco, sendo que as indicações e o tempo de tratamento variam de acordo com o perfil clínico. Para classificar o grau de risco de cada paciente é levado em conta o volume e anatomia da próstata, condição clínica que permita anestesia, não apresentação de lesão na uretra decorrente de cirurgia e ausência de lesões retais. De acordo com o grau de risco, a braquiterapia – cujo nome vem da palavra grega brachys – que significa curta distância – têm o seu tempo de terapia reduzido. No geral, o tratamento, que demanda 39 dias, é reduzido para apenas dois dias de braquiterapia (baixo risco) e 17 dias (intermediário e alto risco).
Braquiterapia de alta taxa de doses e experiência do A.C.Camargo em números:
1997, ano de implantação no A.C.Camargo da braquiterapia de altas doses
2003, ano de publicação do paper que relata a experiência com os primeiros 207 pacientes
14 publicações em periódicos de alto impacto
+ de 600 pacientes com diagnóstico de próstata tratados pela técnica até hoje
15 anos de follow up (acompanhamento clínico) junto aos pacientes
17 ao invés de 39 dias é o tempo de tratamento para tumores de graus intermediário e alto
2 ao invés de 39 dias é o tempo de tratamento para tumores baixo grau
Sobre o Hospital A.C.Camargo – Instituição filantrópica criada em 1953 por Antônio e Carmen Prudente, o Hospital A.C.Camargo é um dos maiores centros de tratamento oncológico da América Latina. De forma integrada e multidisciplinar, atua na prevenção, diagnóstico e tratamento ambulatorial e cirúrgico dos mais de 800 tipos de câncer identificados pela Medicina, divididos em mais de 40 especialidades. A cada ano identifica e trata 15 mil novos pacientes de diversas partes do país e exterior, totalizando mais de um milhão de procedimentos (consultas, exames laboratoriais e por imagem, internações, cirurgias, quimioterapia e radioterapia, entre outros). Seu corpo clínico é composto por uma equipe fechada de mais de 500 especialistas, a maior parte com mestrado e doutorado. A dedicação e interação destes profissionais em atividades interdisciplinares resulta em um tratamento com melhores índices de sucesso, só comparáveis aos observados nos maiores centros oncológicos do mundo.
Na área de ensino, o A.C.Camargo criou a 1ª Residência em Oncologia do país, em 1953, tendo formado em 2010 o seu milésimo residente. É também responsável pela formação de um em cada três oncologistas em atividade no Brasil. Sua pós-graduação, criada em 1997, é a única em um hospital privado reconhecida pelo Ministério da Educação e foi avaliada com nota máxima durante toda essa década pela CAPES, tornando-se assim, entre escolas públicas e privadas, a melhor do país em Oncologia e uma das duas melhores em Medicina. Tem a maior produção científica da área, com mais de mil trabalhos publicados na última década nas principais revistas internacionais de alto impacto. Centralizou em 2000 o Genoma do Câncer no Brasil, financiado pela FAPESP e Instituto Ludwig.
Em 2009, o Hospital foi apontado pela edição 500 Melhores Empresas da revista Istoé Dinheiro como uma das melhores em Saúde pelo terceiro ano consecutivo e pela segunda vez consecutiva entre as 10 melhores empresas de serviços médicos do Brasil na Gestão de Pessoas, de acordo com o anuário Valor Carreira. Em 2011, o Hospital foi eleito pela terceira vez uma das melhores empresas para Você trabalhar do Guia Você S/A Exame e, em 2012, conquistou a Certificação Internacional pelo Canadian Council for Health Services Accreditation (CCHSA).
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