No início da década, a diferença no valor entre importações e exportações do setor industrial da Saúde estava em US$ 5 bilhões. Em 2007, alcançou US$ 6 bilhões. Para a Abimo (Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos, Odontológicos, Hospitalares e de Laboratórios) este aumento está associado, inicialmente, ao crescimento da demanda. “O aumento do déficit deve-se a inúmeros fatores, tais como a incorporação de novas tecnologias no sistema de saúde e principalmente a uma falta de planejamento e de uma política industrial específica para o nosso setor”, afirma Franco Pallamolla, presidente da Associação.
De acordo com a Abimo, nos últimos anos, contrariamente a qualquer país desenvolvido, o Brasil incentivou as importações em detrimento do desenvolvimento da capacidade produtiva nacional. “Some-se a isto uma valorização cambial, isenções tributárias para produtos importados, falta de isonomia na aplicação da legislação sanitária. A visão de curto prazo prevaleceu sobre a de médio e longo prazo”, complementa Pallamolla.
O ministério da Saúde atribui a culpa deste crescimento à má administração da importação. Para o presidente da Abimo, a solução para trazer estabilidade para a balança comercial do setor será o lançamento da Pitce (Política Industrial Tecnológica e Comércio Exterior) para a indústria da saúde, que ocorrerá em breve. “Com este instrumento, define-se claramente as diretrizes estratégicas de curto, médio e longo prazo que serão adotadas pelos diversos atores governamentais juntamente com a iniciativa privada”, pontua Pallamolla.

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