Com o tema “Acelerando a Inovação no Brasil” a ABIMED (Associação Brasileira da Indústria de Alta Tecnologia de Produtos para Saúde) lançou uma campanha para estimular o desenvolvimento da inovação em produtos médicos, facilitar o acesso da população às novas tecnologias e contribuir para ampliar a competitividade do Brasil no comércio internacional. A campanha consolida uma mudança de foco nas prioridades do setor, até então mais voltado à redução do prazo de registro e comercialização de produtos para a saúde no país.

O projeto começou a ser elaborado no início do ano, em decorrência dos gargalos à inovação enfrentados pela indústria do setor: demora para aprovação e chegada de novas tecnologias ao mercado; morosidade para introdução das inovações no SUS e cobertura pelas operadoras de saúde, dificultando o acesso de uma grande parcela da população; pouca interação entre indústria e universidades; entraves para a realização de pesquisa clínica e Custo Brasil.

“O setor defende um ambiente de negócios que estimule o empreendedorismo e a interação entre universidade, empresas e investidores de capital de risco. Precisamos também de estratégias públicas que fortaleçam a inovação com acesso e aumentem as exportações e a competitividade do Brasil no cenário global”, destacou Fabrício Campolina, presidente do Conselho de Administração da ABIMED.

Entre as iniciativas da campanha está a realização do estudo “Desafios para Aceleração da Inovação no Setor de Produtos para a Saúde no Brasil”, em parceria com a Fundação Dom Cabral, para mapear por meio de entrevistas com CEOs os principais entraves à inovação.

Segundo Jersone Tasso Moreira Silva, pesquisador da Fundação Dom Cabral e um dos responsáveis pelo estudo, a pesquisa está em fase final e os resultados deverão ser anunciados em dezembro.

“O propósito do estudo é apontar cenários e caminhos e buscar soluções para facilitar e ampliar o acesso da população a produtos para a saúde com qualidade e tecnologia”, destacou.

Como parte da campanha, as sugestões elencadas no estudo serão encaminhadas pela ABIMED a autoridades de saúde e da área econômica, agências reguladoras e parlamentares.

“A ABIMED também vai intensificar a aproximação com entidades e segmentos ligados à saúde e inovação para criar alianças e promover um amplo debate sobre o tema no país”, explica Carlos Goulart, presidente-executivo da ABIMED.

Iniciativas da Campanha Acelerando a Inovação no Brasil:

  • Parceria com a Fundação Dom Cabral para realização do estudo “Desafios para Aceleração da Inovação no Setor de Produtos para a Saúde no Brasil”, com conclusão prevista para dezembro
  • Envio de dossiê à Presidente da Repúblicas eleita, autoridades, parlamentares e agências reguladoras com sugestões para melhorar o ambiente de inovação no país
  • Aliança com outras entidades do setor para pleitear desoneração tributária (em andamento)
  • Maior interlocução com a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para acelerar o registro de novos produtos e autorização para pesquisas clínicas
  • Workshops e debates com a CONITEC (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS) sobre impactos econômicos da inovação no sistema público de saúde
  • Aproximação com ANS (Agência Nacional de Saúde) para debater a cobertura de tecnologias médicas pelas operadoras de saúde
  • Criação de uma rede de alianças com sociedades médicas e associações de pacientes para propostas conjuntas sobre acesso
  • Promoção de um Fórum Anual para Inovação.

Sobre a ABIMED

A ABIMED congrega cerca de 170 empresas de tecnologia avançada na área de equipamentos, produtos e suprimentos médico-hospitalares. O setor responde por 0,4% do PIB brasileiro e gera mais de 130 mil empregos diretos e indiretos que, na maioria, requerem capacitação e promovem a formação de mão de obra qualificada.

Fundada em 1996, a entidade coopera com a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e com autoridades da Saúde para fomentar a implementação de políticas e regulamentações que proporcionem à população acesso rápido a novas tecnologias e a inovações, em um ambiente ético de negócios. Além disso, busca uma aliança com todos os elos da cadeia da saúde para a elaboração de propostas e atuação conjuntas que apontem soluções e caminhos para o aprimoramento dos cuidados médicos no país.