Recentemente me deparei com um novo estudo da MobileSmith sobre o uso de mHealth, mais especificamente apps, como ferramenta para reduzir os custos em saúde. A redução nos gastos com saúde tem sido um assunto amplamente discutido, inclusive por diversos palestrantes na Hospitalar 2014.
O estudo aponta que dos 3.8 trilhões de dólares gastos com saúde, projetado para 2014, 70% será destinado às doenças crônicas e apenas 30% para prevenção dessas. Embora a maioria dos especialistas apontem a prevenção como a saída do buraco em que a saúde se encontra, essa ainda não é responsável pela maior parte dos gastos.
Outro dado interessante levantado pelo estudo é que 100 milhões de americanos já usam algum tipo de tecnologia mHealth. Um número expressivo, que corresponde a praticamente 50% da população brasileira, ou seja, é o mesmo que termos 1 em cada 2 brasileiros utilizando a tecnologia em prol de sua saúde.
Se o valor preciso da penetração dos smartphone no Brasil ainda é desconhecido – Kantar Worldpanel afirma que é de 18% em 2013, e 24% pela Qualcomm – não há dúvidas de que esse dispositivo é uma ferramenta indispensável para alavancar o uso de mHealth. Nos EUA, 38% dos usuários de smartphones os consideram peças fundamentais para buscar informações sobre saúde.
Não há argumentos contra o fato de que o uso de smartphones e tablets na saúde é realidade, e que o mHealth será uma grande área da saúde. 93% dos médicos americanos acreditam que o mobile tem potencial para melhorar a saúde. Em contrapartida, 89% afirma que recomendaria apps desde que esses tivessem evidências de sucesso (como os utilizados no estudo da Mayo Clinic), e/ou comprovação profissional.
A realidade brasileira não é tão diferente. A falta de médicos e outros profissionais de saúde atuantes nesse setor é preocupante, pois o que identificamos nas lojas de apps são soluções de origem duvidosa, médicos repudiando o uso desse tipo de ferramenta pelo simples desconhecimento da tecnologia e pouco interesse das entidades de categoria para criar grupos de estudo e discussão.
Somente na appstore americana já são mais de 43.000 apps para saúde e bem-estar. O FDA não dá conta da demanda gerada. Onde estão os médicos? Dentistas? Enfermeiros? Educadores Físicos?
A título de curiosidade, segue o ranking de top10 grátis de hoje da appstore brasileira, na categoria de saúde e fitness. Será que esse app que promete espantar insetos, realmente funciona e tem impacto na saúde? Aposto que está em primeiro lugar por conta dos surtos de Dengue no país, mas será que ele possui eficiência comprovada para espantar o mosquito?
Carrego a bandeira de que o médico deve se aproximar da tecnologia desde a faculdade, e você? Um dos meus sonhos é ver categorias claras de segmentação em apps, e profissionais de saúde envolvidos nos testes e estudos de mHealth.