O controle de estoque de medicamentos em unidades de saúde vai além da simples organização de prateleiras na farmácia hospitalar. Ele garante a disponibilidade contínua de medicamentos essenciais, evita desperdícios, reduz custos e, acima de tudo, assegura que os pacientes recebam os tratamentos necessários de forma oportuna. 

Uma gestão eficiente do estoque de medicamentos é vital para o funcionamento de hospitais, previne crises, como a falta de insumos críticos ou a expiração de medicamentos, e contribui diretamente para a qualidade do atendimento à saúde. A seguir, saiba como fazer o controle de estoques de medicamentos!

O que é controle de estoque de medicamentos?

O controle de estoque de medicamentos é o processo de gestão que envolve a supervisão e organização de todos os medicamentos e insumos farmacêuticos dentro de um hospital. Esse controle inclui tarefas, como o monitoramento dos níveis de estoque, a previsão de necessidades futuras, a reposição de produtos, o rastreamento de validade, a garantia de armazenamento adequado e a prevenção de perdas ou desperdícios. 

O objetivo é assegurar que o hospital tenha sempre disponível a quantidade necessária de medicamentos para atender às demandas dos pacientes, evitando tanto a falta quanto o excesso de produtos, o que pode impactar diretamente na qualidade e eficiência do atendimento.

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Qual a importância do controle de estoque de medicamentos?

O controle de estoque de medicamentos permite garantir a continuidade e qualidade dos cuidados de saúde prestados aos pacientes. Um controle eficiente previne a falta de medicamentos essenciais, evita interrupções no tratamento, o que pode ser crítico em situações de emergência. 

Além disso, ajuda reduzir o desperdício e o risco de uso de medicamentos fora da validade, o que contribui para uma gestão financeira mais sustentável para o hospital, devido a previsibilidade. O controle também facilita a conformidade com regulamentações de saúde, indispensáveis para que medicamentos sejam armazenados e manipulados de acordo com normas de segurança. Seguir todos os protocolos protege tanto pacientes quanto profissionais de saúde.

Quais os principais cuidados no armazenamento de medicamentos?

O armazenamento adequado em hospitais é essencial para garantir a eficácia e a segurança dos medicamentos. Veja os principais cuidados que não podem ser negligenciados.

Ambiente higienizado

A higienização do ambiente, onde os medicamentos são armazenados em hospitais, é vital para manter a integridade dos produtos e garantir a segurança dos pacientes. Um ambiente limpo e controlado previne a contaminação e a degradação dos medicamentos, além de reduzir o risco de infecções hospitalares

  • Limpeza regular – as áreas de armazenamento, incluindo prateleiras, pisos, e superfícies de trabalho, devem ser limpas regularmente com produtos adequados que não deixem resíduos ou vapores que possam contaminar os medicamentos. A limpeza deve ser feita de acordo com um cronograma rigoroso e registrado para garantir a consistência;
  • Controle de partículas – para evitar a contaminação por partículas, o ambiente deve ser mantido livre de poeira e sujeira. Filtros de ar e sistemas de ventilação adequados são essenciais para controlar a qualidade do ar, especialmente em áreas onde são armazenados medicamentos estéreis;
  • Prevenção de pragas – implementar medidas de controle de pragas, como vedação de portas e janelas, uso de armadilhas e monitoramento regular, evita a presença de insetos ou roedores que possam comprometer a segurança dos medicamentos.

Recebimento de medicamentos

Realizar o recebimento de medicamentos com rigor e atenção aos detalhes é essencial para garantir que os tratamentos administrados sejam seguros e eficazes. Além disso, mantém a integridade do estoque hospitalar e a confiança na qualidade do atendimento prestado. Veja as principais etapas a serem cumpridas ao receber medicamentos em hospitais.

  • Verificação da documentação – ao receber os medicamentos, é fundamental conferir a nota fiscal e outros documentos de entrega com o pedido realizado. Isso inclui verificar a quantidade, o tipo de medicamento, e se há qualquer informação adicional necessária, como condições especiais de armazenamento;
  • Inspeção visual – antes de aceitar os medicamentos, uma inspeção visual cuidadosa deve ser feita para verificar a integridade das embalagens, a ausência de danos. Qualquer anomalia deve ser registrada e o fornecedor notificado imediatamente;
  • Conferência de lote e validade – a conferência dos lotes e datas de validade é fundamental para garantir que os medicamentos possam ser utilizados durante o período necessário e que a rastreabilidade seja mantida, permitindo o gerenciamento adequado do estoque;
  • Armazenamento imediato – após a conferência, os medicamentos devem ser transferidos rapidamente para as áreas de armazenamento apropriadas, respeitando as condições específicas de temperatura e umidade exigidas para cada tipo de medicamento;
  • Registro e controle – todos os medicamentos recebidos devem ser registrados no sistema de controle de estoque do hospital, incluindo informações como lote, validade, fornecedor e localização no estoque. Isso facilita o monitoramento e a reposição, além de garantir a rastreabilidade em caso de recall ou outros problemas.

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Uso de Equipamentos de Proteção Individual 

Ao receber medicamentos em hospitais, é necessário usar Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) para proteger os profissionais de saúde e garantir a integridade dos medicamentos. Veja quais acessórios não podem faltar.

  • Luvas – devem ser usadas para evitar o contato direto com os medicamentos e embalagens, prevenindo contaminações cruzadas e protegendo o manipulador de possíveis exposições a substâncias químicas;
  • Máscaras – são importantes para evitar a contaminação dos medicamentos por gotículas respiratórias, especialmente em ambientes onde a manipulação ocorre em áreas próximas ao armazenamento;
  • Avental ou jaleco – ajuda a proteger a roupa dos profissionais de possíveis derramamentos ou contato com substâncias que possam comprometer a segurança ou causar contaminação;
  • Óculos – devem ser utilizados quando há risco de exposição a medicamentos em pó ou líquidos que possam causar irritação ocular;
  • Capacetes ou toucas – em ambientes onde a manipulação ocorre em áreas controladas, o uso de toucas evita a queda de cabelos que possam contaminar os medicamentos.
  • Calçados fechados e antiderrapantes – garantem a proteção contra quedas e lesões durante o transporte e manuseio de caixas e embalagens pesadas ou volumosas.

Tão importante quanto os EPIs, o treinamento da equipe responsável por receber os medicamentos deve ser rigoroso para que consiga identificar possíveis problemas e seguir os procedimentos corretamente, garantindo que o processo seja realizado de forma eficiente e segura.

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6 dicas de como fazer controle de estoque em hospitais

O controle de estoque de medicamentos em hospitais é uma tarefa complexa que exige atenção aos detalhes e uma gestão estratégica para garantir a eficiência no atendimento aos pacientes. Veja dicas para otimizar esse processo.

1. Conheça os clientes internos do hospital 

Compreender as necessidades dos diferentes setores do hospital é o primeiro passo para um controle de estoque de medicamentos eficaz. Cada setor, como emergências, UTIs, e enfermarias, tem demandas específicas que devem ser atendidas. Conhecer bem esses “clientes internos” permite uma melhor previsão de consumo e evita a falta de medicamentos essenciais nos momentos críticos.

2. Considere a sazonalidade

Algumas épocas do ano, como o inverno ou períodos de epidemias, podem influenciar diretamente o consumo de certos medicamentos. Monitorar essas variações sazonais permite ajustar os níveis de estoque de acordo com as previsões de aumento na demanda, evitando tanto a falta quanto o excesso de produtos.

3. Utilize o Método ABC 

O método ABC ajuda a categorizar os medicamentos com base em sua importância e valor de consumo. Os itens “A” são os mais valiosos e de maior giro, exigindo um controle rigoroso. Os itens “B” têm uma importância intermediária, enquanto os “C” representam produtos de menor valor e giro. Esse método facilita a priorização de recursos e atenção para os medicamentos mais críticos.

4. Faça controle de entradas e saídas

Manter um registro preciso das entradas e saídas de medicamentos é essencial para monitorar o estoque em tempo real. Um sistema automatizado pode ajudar a acompanhar essas movimentações, evitando erros humanos e permitindo uma reposição oportuna, além de oferecer dados valiosos para análise e planejamento.

5. Faça controle dos medicamentos por lote

Controlar os medicamentos por lote é essencial para garantir a rastreabilidade e segurança. Em caso de recall ou identificação de um lote defeituoso, essa prática permite que o hospital localize rapidamente os produtos afetados e tome as medidas necessárias para proteger os pacientes.

6. Estoque de segurança e estoque máximo

Definir um estoque de segurança evita a falta de medicamentos essenciais, garantindo que haja sempre uma quantidade mínima disponível, mesmo em caso de atrasos na reposição. Por outro lado, o estoque máximo ajuda a evitar excessos, que podem levar ao desperdício por vencimento de produtos, otimizando o espaço de armazenamento e os recursos financeiros.

Cumprir cada etapa do processo de controle de estoque de medicamentos contribui para o hospital fazer uma gestão eficiente, assegurando a disponibilidade dos medicamentos necessários e a segurança dos pacientes, além de otimizar os recursos disponíveis.

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