Embora ainda existam resistências para o uso de ferramentas de TI na prática clínica, é inegável o benefício trazido pela tecnologia para a assistência. Soluções criadas especificamente para o setor de saúde permitem automatizar funções como a classificação de riscos em emergências e o histórico médico e integram equipamentos aos sistemas, permitindo monitorar as condições clínicas do paciente em tempo real e remotamente.

Com isso, foi possível antecipar cenários e situações de risco e a equipe passou a responder mais rapidamente às necessidades do paciente, já que agora conta com a informação nas pontas dos dedos e consegue saber, em minutos, se haverá interações medicamentosas ou se seu estado atual de saúde impede algum procedimento.

De acordo com a Healthcare Information and Management Systems Society (HIMSS – Sociedade de Informação e Sistemas de Gestão em Saúde), o principal órgão do mundo a tratar TI sob a perspectiva do setor, “a expectativa é que a informatização da saúde seja uma das principais alavancas para a significativa transformação na qualidade e custo da assistência”.

Nos Estados Unidos, com o Health Information Technology for Economic and Clinical Health Act (HITEC – Lei da Tecnologia da Informação em Saúde para Economia e Saúde Clínica), a adoção do prontuário eletrônico do paciente (PEP) se expandiu e hoje já cobre 97% dos hospitais e 74% dos consultórios. Responsável por esse mapeamento, o ONC – Office of the National Coordinator (Escritório da Coordenação Nacional para TI em Saúde), ligado ao governo norte-americano –, constata que os médicos e prestadores de serviços que utilizam o recurso conseguem tomar decisões melhores, com informações mais abrangentes.

Vantagens do prontuário eletrônico

O órgão elenca os quatro principais benefícios do PEP:

1)    Informação completa e precisa sobre a saúde do paciente – o que possibilita que, durante consultas de rotina ou atendimentos emergenciais, os cuidados de saúde mais adequados possam ser providenciados, considerando seu histórico e outros tratamentos a que esteja se submetendo;

2)    Rapidez no atendimento – o PEP garante acesso instantâneo a informações como alergias, medicamentos e histórico do paciente. Isso evita a necessidade de pedir testes para checar uma série de dados e agiliza a tomada de decisão médica;

3)    Assistência mais coordenada – que é especialmente importante no caso de pacientes crônicos, como diabéticos, por exemplo;

4)    É uma maneira de compartilhar informações com o paciente e seus familiares – com acesso fácil aos dados, as pessoas podem participar mais ativamente das decisões clínicas.

Segundo o ONC, apenas no US Department of Veterans Affairs, responsável pelo atendimento de veteranos de guerra, a adoção do PEP, prescrição eletrônica e troca de informações eletrônicas de saúde levou a uma economia de US$ 4,64 bilhões com a prevenção de eventos adversos relacionados a interações medicamentosas.

As evidências existem, mas se o sistema é difícil de usar ou requer muito tempo dos médicos, será deixado de lado para que ele se foque no que é seu principal negócio: o cuidado à saúde.