O Ministério da Saúde e da Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendam que o aleitamento materno seja exclusivo até os seis primeiros meses de vida do bebê e a amamentação até os dois anos de idade ou mais. O colostro, como é conhecido o leite da primeira mamada da criança, é fundamental para o fortalecimento do sistema imunológico do recém-nascido, ou seja, é ele que irá proteger o bebê de infecções e viroses. “O colostro é rico em proteínas, anticorpos, sais minerais e imunoglobulinas. Por isso, é considerado a primeira vacina do recém-nascido”, explica a neonatologista do Hospital Santa Luzia, em Brasília, Dra. Ana Marily Soriano.

Diferentemente do que muitas mães pensam, o bebê não necessita de complementação alimentar na fase inicial da vida. “Algumas mães se preocupam com a perda de peso dos filhos nas primeiras semanas, questionando a necessidade de complementar a alimentação deles. Contudo, esta é uma fase natural do recém-nascido, independentemente de ele estar mamando bem ao seio materno”, esclarece. A médica acrescenta que o colostro tem em sua composição pouca gordura, o que otimiza a perda de 10% do peso em relação ao nascimento. Por isso, a inclusão de fórmulas para a alimentação dos bebês deve seguir indicação e acompanhamento médico. “Essa suplementação alimentar é indicada quando a perda de peso for superior a 10% ou quando a criança não recupera o peso após os 15 dias de vida. Outro critério de indicação é quando os bebês fazem parte de grupos de risco como, prematuros, filhos de mãe diabética, mães com mamoplastia ou prótese de silicone”, completa a especialista.

Após um período de 5 a 7 dias o colostro passa por uma transição, tornando-se um leite maduro. O denominado “leite maduro” é mais rico em gordura, o que irá efetivamente engordar o bebê e aumentar a sensação de saciedade. O uso de suplementação durante a amamentação estimula o desmame precoce, pois a mamadeira apresenta uma facilidade maior de sucção em relação ao seio materno. “Estimular o aleitamento materno em livre demanda é uma atitude benéfica para o desenvolvimento das crianças, pois quanto mais o bebê sugar, mais estimulará a descida do leite e sua transição do colostro para o leite maduro”, destaca Dra. Marily.

A neonatologista ressalta que apesar de ser um processo natural, a amamentação nem sempre é fácil. Algumas mães têm mais dificuldade, mas isso não deve ser motivo de desistência e nem justificativa para o uso precoce de fórmulas infantis. “Toda criança deve ter acompanhamento mensal com o pediatra para, entre outras coisas, verificar a curva de peso. Apenas o pediatra pode identificar o risco nutricional e indicar o uso de fórmulas”, conclui.