A sífilis, doença silenciosa que pode levar à morte, mas pouco conhecida entre a população, é uma patologia infecciosa causada pela bactéria Treponema pallidum que pode se manifestar de forma temporária em três estágios. Segundo estimativa da Organização Mundial de Saúde (OMS), a cada ano ocorrem aproximadamente 12 milhões de novos casos da doença. No Brasil, são registrados a cada ano 937 mil casos.

Os principais sintomas são percebidos logo nas fases iniciais, período em que a doença é mais contagiosa. Segundo o médico infectologista do Hospital Santa Luzia de Brasília, Henrique Marconi, além da sífilis congênita, passada de mãe para filho, a doença pode ser transmitida sexualmente ou até por transfusão de sangue contaminado. Após o contágio, podem aparecer pequenas feridas nos órgãos sexuais e ínguas, que surgem entre a 7 e 20 dias.

As feridas não apresentam dor e podem desaparecer em poucas semanas, sem deixar cicatriz, o que pode dar a falsa sensação de cura. Contudo, a doença permanece ativa. No segundo estágio, é comum surgir manchas em várias partes do corpo. Já o terceiro estágio pode não apresentar sintomas.

De acordo com o especialista, o diagnóstico é feito por meio de exame de sangue, sorológico. O procedimento pode ser realizado a partir da primeira semana após o contágio. A sífilis congênita é outra preocupação. A doença pode causar aborto, má formação do feto e até morte do bebê. O exame deve ser feito em gestantes na 1ª consulta pré-natal, e deve ser repetido no 3º trimestre da gestação e no momento do parto.

Já o tratamento é feito por meio de antibióticos. “A penicilina é o tratamento mais utilizado”, informou Marconi. A droga pode ser utilizada também por gestantes, sendo utilizada para curar a mãe e o filho, simultaneamente. Ainda, o parceiro também deverá receber tratamento, como forma de evitar a transmissão da doença. Sem tratamento adequado, a Sífilis pode causar cegueira, paralisia, doença cerebral e problemas cardíacos, podendo levar à morte.