Neste dia 31 de outubro, em Nova Iorque, durante sua Assembléia Geral, a Organização das Nações Unidas (ONU) lança 2012 como o Ano Internacional das Cooperativas. Mais que um convite à reflexão, o slogan ?As empresas cooperativas ajudam a construir um mundo melhor? revigora a prática do cooperativismo, apresentando-a não apenas como via alternativa para um modelo econômico mais justo, mas como resposta sustentável para boa parte de nossas mazelas. Nenhuma outra prática traduz tão bem o conceito de sustentabilidade quanto o modelo cooperativista. Fazer coletivamente, promovendo o desenvolvimento social e econômico, em plena sintonia com o planeta. Não é por menos que as cooperativas geram, em todo o mundo, 100 milhões de empregos. O mesmo que a soma de todos os postos de trabalho oferecidos pelas grandes multinacionais, além de agregar um bilhão de cooperados.
Como afirma o diretor-geral da Aliança Cooperativa Internacional (ACI), Charles Gould, as cooperativas são empresas com alma, baseadas em valores, princípios, na ação coletiva e na participação, e com uma característica fundamental: controladas pelos próprios membros. Se antes eram concebidas como uma terceira via ao Capitalismo e ao Socialismo hoje são pontes entre o Mercado e o Bem-Estar Coletivo, destaca o ex-ministro Roberto Rodrigues. A economia globalizada recrudesceu a exclusão social e a concentração da riqueza. Fusões e Incorporações seguem excluindo processos e pessoas em nome de um pretenso desenvolvimento e deixando um rastro de paradoxos. A globalização abre economias, mas o mesmo não se dá em relação à política. A globalização requer integração econômica, mas não cria economias iguais. O resultado são práticas perversas que estão aniquilando a origem e a fonte de nossas riquezas.
Com a institucionalização do Ano Internacional do Cooperativismo pela ONU, o propósito da ACI é posicionar o cooperativismo como marca, realçando seus diferenciais para que seu modelo de negócio se torne o de maior crescimento nos próximos nove anos. E temos motivos suficientes para acreditar que isto é plenamente possível pelos resultados que alcançamos em 38 anos de história com o cooperativismo médico em Juiz de Fora e há mais de 40 anos no Brasil. Além de gerar trabalho para mais de 1.200 médicos cooperados, tendo todos os mesmos direitos dentro da Cooperativa, movimentamos a economia de mais de 140 prestadores de serviço entre clínicas, hospitais e laboratórios, porque ousamos acreditar em um negócio coletivo.
A difusão de valores e princípios do cooperativismo neste Ano Internacional coincide com as expectativas por um novo jeito de se fazer negócio que considere o saber construído pelas diferenças e pelas sinergias, que busque resultados econômicos a partir do desenvolvimento social, em total sintonia com a onda verde.
*Hugo Borges é médico anestesiologista e presidente da Unimed Juiz de Fora Cooperativa de Trabalho Médico.
2012, o Ano Internacional das Cooperativas
Para o presidente da Unimed de Juiz de Fora, o sistema cooperativo é exemplo de um modelo econômico mais justo e sustentável
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