Esta semana estou dando uma aula sobre os processos de avaliação, inclusão e precificação de tecnologias médicas no Brasil e na America Latina. É um tema que debato e publico suficientemente para  ser convidado com freqüência. O evento, chamado Payer Insight Day (algo razoavelmente traduzido como ?dia de análise dos pagadores?) é composto por palestrantes de 5 países, para uma platéia sofisticada de 5 continentes, formada de executivos da saúde, pagadores, prestadores e marqueteiros.  O interessante, desta vez, é que o evento é em Sodertalje, na Suécia, em uma semana que aeroportos europeus fecharam por nevascas e os termômetros visitam 15 graus Celsius negativos. Aqui estou eu me perguntando porque não podem esperar a primavera…. e porque trazer um palestrante do Brasil? A resposta é simples: somos um mercado de 190 milhões de pessoas. São 40 milhões com acesso a plano de saúde! Portanto, só o mercado privado é maior do que vários países importantes, como Canadá e Austrália. Recentemente a prestigiada revista The Economist dedicou sua capa ao nosso país com uma interessante imagem do Cristo Redentor decolando como um foguete (convenhamos, a imagem pode sugerir duplo sentido? sempre vai ter um menos otimista dizendo que é o Cristo fugindo do Rio?. mas seria maldade?). A idéia de que a economia do país, assim com dos demais países do BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China) vão movimentar o planeta em poucas décadas atrai investidores e obrigada que grandes corporações, inclusive da área da Saúde, olhem com atenção para este canto do planeta.  Apesar deste entusiasmo com possibilidade de crescimento em economia estável, os problemas da área de saúde carecem de muito empenho. Ainda não temos solução atuarial para incorporação de uma série de avanços reais. Também não temos contingente para avaliar demandas com fluxo ágil suficiente e acompanhar este movimento. Existe, sem dúvida, leitura por parte de todos envolvidos que  crescer nestes aspectos é básico. Temos que ser ágeis. Se ficarmos usando o método e rotina de sempre, não vamos dar conta de responder a todas as perguntas. “O pior perigo em tempos de turbulência não é a turbulência; é agir com lógica de ontem? já escrevia Peter Drucker. Por isso que não dá para esperar pela primavera. Por isso que estou a 15 graus abaixo de zero.