Desde que chegaram às prateleiras das farmácias, em 2001, os consumidores brasileiros já economizaram mais de R$22 bilhões com a compra de medicamentos genéricos em substituição aos produtos de marca. Projeções da Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos indicam que em 2012 medicamentos importantes e de preços elevados para câncer de mama e colo-retal, como o Xeloda (Capecitabina) da Roche, e o Glivec (Imatinibe) da Novartis, para leucemia; além do Geodon, utilizado para distúrbios psicológicos, da Pfizer devem estar disponíveis em versões genéricas.
Desde o ano passado, importantes patentes venceram e muitos produtos já se encontram hoje no mercado por preços 65% inferiores. Entre eles, estão o Viagra, Liptor, Crestor, Dilvan e outras marcas famosas
No âmbito governamental os genéricos hoje são os produtos que lideram os programas de distribuição de medicamentos, sob o selo do Farmácia Popular. Os genéricos representam 65% do volume total de produtos distribuídos de graça para população carente, destinados ao controle da hipertensão e da diabetes.
Para o presidente da Pró Genéricos, Odnir Finotti, o segmento é hoje o motor da indústria farmacêutica brasileira. ?Nos últimos anos o crescimento do setor acontece graças ao mercado de genéricos. A população, que teve seu poder de compra ampliado significativamente, vem optando pelo genérico que é mais barato, tem qualidade e é confiável?, explica o executivo, em comunicado.
Refletindo essa tendência, as projeções indicam que em 2015 o Brasil deve se tornar o terceiro maior mercado de genéricos do mundo, atrás dos Estados Unidos e da China. Atualmente, o setor movimenta 21,3% do volume total de remédios e 17% em valor, ou US$ 3,2 bilhões.
As vendas registraram crescimento de 32% em 2010, ano em que o mercado de genéricos faturou R$ 6,2 bilhões; e tudo indica que até o fim de 2011 essa taxa será superada. ?O importante nesse número é que o aumento é orgânico, estamos crescendo há quatro anos sem parar?, diz Odnir Finotti. ?Para o ano que vem, nossa expectativa é manter o mesmo crescimento.?
Uma parte desse avanço tem a ver com o prazo de expiração das patentes. A participação das multinacionais no mercado de genéricos triplicou desde 2009. Contou para essa mudança a entrada no mercado da francesa Sanofi-Aventis com a compra da Medley em 2009 e da americana Pfizer, que adquiriu 40% do laboratório Teuto, no ano passado. A suíça Novartis, já atua nos genéricos por meio da Sandoz.
Conheça as principais marcas de remédios que vão ter suas patentes vendidas no ano de 2012

Substância Nome Comercial Laboratório Tratamento
Almotriptano Almirall Prodesfarma Enxaqueca
Aprepitante Emend MSD Úlcera e náusea
Atovaquona Malarone GSK Malária
Capecitabina Xeloda Roche Câncer
Ertapenem Invanz MSD Antibiótico
Everolimus Certican Novartis Câncer
Famotidine Famoset Mylan Úlcera
Imatinibe Glive Novartis Laucemia
Rimonabanato Acomplia Avantis Retirado do mercado
Rituximab Mabthera Roche Câncer
Sirolimus Rapamune Wyeth Transplantes
Ziprasidona Geodon Pfizer Distúrbios psicológicos