Oito em cada dez vítimas de fraturas de face na faixa etária de 0 a 17 anos precisam de cirurgia e os materiais bioabsorvíveis são cada vez mais utilizados na reconstrução do osso. Assunto será amplamente debatido no 11º COPAC

A mandíbula aparece em primeiro lugar entre as fraturas faciais em crianças e adolescentes em metrópoles de clima tropical. É o que revela um levantamento que será debatido pela primeira vez no 11º COPAC – Congresso Paulista de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial, que acontece entre os dias 11 a 13 de outubro, em Campos do Jordão, São Paulo.

O estudo, feito no Setor de Cirurgia Buco-Maxilo-Facial da Santa Casa de São Paulo, revelou que 71,43% das fraturas em meninos e meninas até 17 anos são na mandíbula. O osso logo abaixo dos olhos (zigoma) aparece em segundo lugar, com 7,14%, mesma porcentagem das fraturas do osso frontal localizado logo acima do nariz (Naso-Órbito-Etmoidal). Em seguida vem as fraturas de nariz e panfacial (que envolvem praticamente todos os ossos faciais), com 4,76% cada. Completam a lista as fraturas da órbita e do palato (céu da boca), com 2,38% cada.

As fraturas foram causadas principalmente por acidentes de trânsito (automobilísticos e motociclísticos), com 35,72% do total; quedas de altura (21,43%); queda de bicicleta (14,29%); agressão física (14,29%); lesão por projétil de arma de fogo (9,52%); desabamento de muro (2,38%); e trauma durante esporte (2,38%). O autor do estudo e presidente do 11º COPAC, Dr. Daniel Falbo Martins de Souza, explica que o estudo constatou ainda que 81% das ocorrências foram em meninos e 19% em meninas. O verão foi a estação com maior prevalência (35,71%) e o inverno com a menor (16,67%). “O maior número de fraturas nos meses quentes pode ser explicado pelo fato das crianças estarem de férias escolares e ter mais tempo livre para realizar atividades ao ar livre, com noites mais claras pelos dias mais longos, bem como pelo uso mais frequente dos veículos automotores para passeios familiares e viagens, aumentando a exposição a acidentes. Os dispositivos que podem diminuir a morbidade do trauma são o cinto de segurança de três pontos e a cadeira apropriada para as diferentes faixas etárias, além dos air-bags frontais, que a partir de 2014 passam a ser obrigatórios, mas que devem ser estimulados desde já, mediante campanha educacional, até vigorar a nova lei”, aconselha Martins de Souza.

O estudo também constatou que 83,33% das fraturas faciais dos pacientes necessitaram de intervenção cirúrgica para o tratamento. A indústria de próteses está muito avançada nesse segmento. Atualmente, a maioria das reconstruções ósseas em crianças é feita com materiais bioabsorvíveis, que substituem o titânio. “Essa é uma prática recomendada até os 12 anos. Conforme o paciente cresce, o material que foi colocado para sustentar o osso fraturado é absorvido pelo organismo, não havendo necessidade de uma nova intervenção”, explica o presidente do Congresso.

Segundo o Dr. Daniel Falbo Martins de Souza, as próteses bioabsorvíveis já estão disponíveis na rede pública de saúde. “Durante o COPAC, serão apresentados estudos que garantem a eficácia de novos produtos que estão chegando no mercado brasileiro”, conclui.

Em três anos de estudo, foram analisados 42 casos de pacientes infanto-juvenis com diagnóstico de fratura facial, que corresponderam a 8,65% do total dos pacientes tratados com o mesmo diagnóstico.

SERVIÇO

11º COPAC – Congresso Paulista de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial

Data: 11 a 13 de outubro de 2012

Local: Campos do Jordão Convention Center

Endereço: Av. Macedo Soares, 499 – Capivari – Campos do Jordão, SP

Informações e inscrições: www.copac2012.com.br ou [email protected]

ou pelos telefones: (11) 5531-8191 / 5097-6477