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A importância do monitoramento cerebral na UTI neonatal

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Solução permite tratamento precoce de casos de alto risco de lesão cerebral em Centro de Pediatria, na cidade de São Paulo

Um dos grandes desafios em uma UTI neonatal é detectar os riscos “silenciosos” para a saúde do bebê. O monitoramento cerebral do recém-nascido é um aliado importante para cumprir esta missão. Em parceria com a Protecting Brains Saving Futures (PBSF), o Hospital e Maternidade Sepaco – classificado entre os melhores hospitais do mundo em Pediatria por três anos consecutivos, segundo o ranking World’s Best Specialized Hospitals – já atendeu, até janeiro deste ano, 665 bebês com o recurso que permite detectar, de forma precoce, anormalidades ou disfunções cerebrais, evitando lesões que possam comprometer a vida da criança.

O Hospital Sepaco, localizado na capital paulista, dispõe deste serviço desde 2017, já somando 45. 944 horas de monitoramento de atividade elétrica cerebral em neonatos e lactentes jovens com diversa gama de diagnósticos que incluem, entre outros, asfixia perinatal, crises convulsivas, prematuridade, cardiopatia congênita e em crianças submetidas à terapia de oxigenação extracorpórea (ECMO). Nestes sete anos, 29% dos casos analisados eram de crises epilépticas sem manifestação clínica, com diagnóstico exclusivo graças a esse tipo de monitoramento. Outro dado relevante é a exclusão diagnóstica de crise convulsiva, permitindo de forma segura a não utilização de medicação em 74% das crianças monitoradas por suspeita de convulsão e o impacto psicológico positivo disto na família.

Mas a função do aEEG vai bem além da detecção de convulsão. Monitorização da atividade elétrica cerebral permite predizer o desfecho que terá uma criança após sofrer um dano cerebral agudo (cirurgia cardíaca, infecções graves, traumatismo craniano, parada cardiorrespiratória, etc.). O impacto psicológico que esta informação poderá ter sobre a família é muito relevante. 

“Quanto mais rápido detectarmos uma disfunção neurológica, maior a chance de intervenção precoce e de obtenção de bons resultados clínicos, permitindo não apenas a sobrevida da criança, mas sua alta com qualidade de vida e preservação de sua potencialidade neurológica”.

Convulsões são muito frequentes na UTI, por exemplo, após cirurgias cardíacas ou após uma parada cardiorrespiratória. Aproximadamente um terço delas não têm manifestação motora. Nesses casos, a única forma de sabermos que a criança está convulsionando é por meio da monitorização eletroencefalográfica”, explica o Coordenador da UTI Neonatal e Pediátrica do Hospital e Maternidade Sepaco, Lúcio Peixoto de Lima.  

Referência em Neonatologia, Terapia Intensiva Pediátrica e Cirurgias Cardíacas Pediátricas e em alta complexidade, o hospital usa um modelo multimodal de monitoramento neurológico, que inclui a realização de exames não invasivos como o eletroencefalograma, NIRS e Dopplerfluxometria transcraniana, além de medidas de monitorização invasiva (ex.: monitorização da pressão intracraniana). 

Segundo o médico pediatra neonatologista Gabriel Variane, fundador da PBSF, o Sepaco é um centro de vasta experiência no uso desta solução, que, no mundo, ainda enfrenta dificuldades para ser adotada.

“Apesar do uso ser crescente em diversos estados e países, ainda existe um desafio muito grande em levar assistência altamente especializada para múltiplos centros no mundo, e isso é descrito inclusive em países de primeiro mundo, como os Estados Unidos. Nos últimos anos, a neonatologia teve avanços muito importantes, conseguimos reduzir a mortalidade de crianças e o grande desafio neste exato momento é manter a qualidade de vida delas, ou seja, prevenir sequelas neurológicas permanentes nessa população”, afirma Variane.

Entre as lesões neurológicas que podem ser evitadas com o recurso, estão a paralisia cerebral, deficiência cognitiva e cegueira.

Como funciona o monitoramento cerebral?

Quando um bebê tem alto risco de lesão cerebral, está indicado o monitoramento neurológico via aEEG. O exame é, então, iniciado e todas as informações vão para um sistema acessado digitalmente por uma equipe disponível 24 horas por dia, composta por médicos especializados, possibilitando a detecção de qualquer alerta de anormalidade na atividade elétrica do cérebro. Outra modalidade de monitoramento cerebral envolve a espectroscopia de infravermelho proximal (NIRS), em que um sensor é aplicado, para observar a oxigenação tecidual e em órgão alvo como o cérebro.