faz parte da divisão Informa Markets da Informa PLC

Este site é operado por uma empresa ou empresas de propriedade da Informa PLC e todos os direitos autorais residem com eles. A sede da Informa PLC é 5 Howick Place, Londres SW1P 1WG. Registrado na Inglaterra e no País de Gales. Número 8860726.

O modelo de ACO's pode gerar valor para os EUA?

Article-O modelo de ACO's pode gerar valor para os EUA?

11 passos da Unimed Juiz de Fora rumo à desospitalização

Para a construção de novos projetos e organizações em saúde, o uso da abordagem Triple Aim é de grande valia e permite que os valores primordiais do cuidado à saúde sejam respeitados. Tais valores, como a melhoria da experiência do cuidado, a melhoria da saúde da população e a redução de custos per capita são buscados - em diferentes níveis - por todas as organizações de saúde.

Para atingir este modelo, cinco elementos precisam ser respeitados e constantemente trabalhados: Foco no indivíduo e na família; Desenho de novos serviços e estruturas de cuidado primário; Gestão de saúde populacional; Plataforma de controle de custos; e Integração e Execução de sistemas;

As Accountable Care Organizations, conhecidas como ACO’s, fazem parte de um esforço de transição do modelo de pagamentos fee-for-service, em que há uma taxa para cada serviço prestado e o fee-for-value,  no qual a remuneração ocorre com base na geração de valor proporcionada aos pacientes. Neste conceito, as organizações são premiadas pelo controle de custos e melhoria da qualidade. O tema foi discutido por Frederic Goldstein, CEO da Population Health Alliance, durante o  Fórum ASAP, que aconteceu nesta quinta-feira (9), em São Paulo.

A gestão, conforme apresentou o executivo, ocorre por diferentes entidades financiadoras, como sistemas integrados de saúde, como a Kaiser Permanente; grupos clínicos de multiespecialidades, no caso da Mayo Clinic e da Cleveland Clinic; Organizações Médico-Hospitalares, como a Advocate Health, em Chicago; Associações Clínicas Independentes, como a Hill Physicians Group e, por último, Organizações Virtuais de Médicos, como a  Community Care of North Carolina. As duas tendências de gestão mais crescentes nos Estados Unidos são de empresas geridas por grupos de médicos e por hospitais. Em terceiro lugar,  está a operadora como gestora e outras organizações.

#ofacos - type Gráfico: Total de ACO's por entidade financiadora Fonte: Leavitt Partners Center for Accountable Care Intelligence

Segundo Frederic Goldstein, as ACO’s dirigidas por grupos médicos têm maior potencial de transformar a qualidade do cuidado que as geridas por hospitais e operadoras.

Atualmente, o país conta com 744 ACO’s e a pretensão é de que o número continue crescendo, mas é importante ressaltar que a distribuição não é homogênea e tem alguns polos de maior concentração de acesso.

aco Gráfico: % de residentes com acesso às ACO's Fonte: Oliver Wyman

Para que este modelo seja viável e, de fato, atenda as proposições conceituais, são necessárias ferramentas de TI que atendam aos  alguns requerimentos clínicos. Entre elas, estão o acesso à completa informação do paciente, um workflow estruturado e focado na redução de erros evitáveis, sistemas para aumento da produtividade clínica e eficiência operacional, além ferramentas que aumentem a interação paciente-provedor.

Apesar da grande aposta do governo americano no modelo, para Frederic, ainda há questões a serem solucionadas e problemas a serem discutidos.  O modelo de pagamento ainda não está redondo, já que alguns pagamentos dentro da organização ainda são realizados nos moldes do fee-for-service. Enquanto não houver mais estudos sobre o tema, a decisão sobre os modelos será mais intuitiva  do que baseada em evidências de custo.

Outra discussão traz a dúvida acerca da quantidade de profissionais, pois em um cenário com a melhoria do cuidado e, consequentemente,  a diminuição do número de pacientes,  o hospital eliminaria recursos humanos desnecessários após o desenho de um novo modelo de cuidado?

Para Goldstein, uma última questão de alta relevância é o papel da operadora de saúde neste modelo. As ACO’s, por definição, absorvem o risco que, atualmente, é passado para as operadoras. Se o risco está com o provedor, as operadoras têm papel necessário? Haverá compartilhamento de risco? E de lucro?

Esta proposta não tem todas as respostas e, na verdade, nem todas as perguntas ainda surgiram. Ao longos dos próximos anos, devemos ter novos desafios organizacionais a serem superados e propostas que geram ainda mais valor ao cuidado que é prestado ao paciente.