A rápida transformação no perfil populacional em meio aos avanços da tecnologia representa desafios progressivos na busca por soluções eficientes, capazes de romper barreiras para experiências de qualidade singular em áreas fundamentais como a saúde. Com os rápidos avanços da tecnologia em nuvem e da inteligência artificial (IA), novos serviços vêm sendo habilitados de maneira sistemática, oferecendo funcionalidades e recursos de alto valor agregado para diferentes empresas do setor. Uma dessas aplicações é o Homecare as a service (HaaS), conceito que se refere à prestação de serviços de cuidados de saúde e assistência domiciliar de forma personalizada, utilizando tecnologia e IA para melhorar a qualidade e eficiência do atendimento.
O HaaS oferece uma série de benefícios para os pacientes, cuidadores e provedores de serviços de saúde, que vão desde a redução de custos à oferta de maior comodidade e conforto aos pacientes, que podem receber os cuidados médicos em casa, com monitoramento remoto contínuo e uma melhor qualidade de vida. A entrega de homecare como serviço é baseada nos modelos em nuvem Software as a Service (SaaS) e Platform as a Service(PaaS), que facilitam a implementação em escala de ferramentas de análise de dados e funcionalidades de inteligência artificial. Por meio de recursos avançados proporcionados por ambas as inovações, o HaaS habilita um patamar superior de eficiência, oferecendo uma capacidade ampliada de comunicação entre profissionais, clientes e dispositivos.
Tendência vertiginosa
As aplicações de negócios ofertadas no modelo SaaS estão avançando rapidamente, e, já em 2023, cerca de 29% das empresas farão investimentos estratégicos relacionados a elas, segundo estudo da IDC, que espera crescimento de mais 15% em 2023, puxado por soluções de segurança, gestão de dados, AI e CX (Customer Experience).
Metade do que é gasto com software no Brasil, de acordo com a consultoria, será investida no modelo SaaS este ano, com crescimento de 27,6%. Platform as a Service (PaaS), tecnologia preferida para implantar soluções de dados e analytics, está presente no planejamento de 46% das empresas da América Latina que pretendem usar uma nuvem nos próximos 12-24 meses, apontam dados do International Data Corporation (IDC).
Oportunidades da hiperconexão
Outro pilar importante do HaaS é a troca acelerada de informações entre pessoas e máquinas. A interconexão de dispositivos médicos e equipamentos é facilitada graças à chegada da Internet das Coisas Médicas (IoMT, na sigla em inglês). A rede inovadora permite a coleta de dados de pacientes, monitoramento em tempo real e troca de informações entre médicos e profissionais de saúde. Por meio da IoMT, dispositivos médicos, sensores, celulares e wearables podem transmitir dados vitais do paciente para sistemas de saúde remotamente. Somados aos equipamentos de outros setores, o total de dispositivos conectados deverá chegar a 42 bilhões até 2025, segundo estimativa da International Data Corporation (IDC).
Neste cenário, o desenvolvimento de soluções tecnológicas baseadas em IoMT e IA deverão impulsionar ainda mais as soluções personalizadas em sistemas de saúde, representando uma vantagem competitiva capaz de acelerar aspectos críticos, como o tempo desde a concepção de um produto até a sua disponibilização para venda (time to market). Esses recursos prometem expandir o alcance, a qualidade e a eficiência da telemedicina e do home care, modelos que vêm se revelando cada vez mais essenciais para a evolução dos serviços de saúde no Brasil e no mundo.
Diante da maior demanda por serviços de atenção domiciliar em meio à transformação digital e a chegada do 5G, a expectativa é que novos negócios acelerem em todo o mundo, promovendo a rápida adoção de dispositivos médicos inteligentes. O tamanho do mercado global da IoMT deverá chegar aos US$ 187,60 bilhões até 2028, indica projeção da Fortune Business Insights, alcançando US$ 516,4 bilhões em 2032, segundo estimativa do Brainy Insights. O cenário de saúde humana, de acordo com a McKinsey, representa cerca de 10-14% do valor econômico estimado da IoT em 2030 (US$ 12,6 trilhões).
Em vista de todos esses fatores, o HaaS vem para dar suporte à expansão dos serviços de saúde de maneira remota e customizada, auxiliando o setor de saúde a endereçar a demanda crescente por serviços de qualidade on-demand centralizadas na melhor experiência do cliente. Sua chegada promete fortalecer o home care de maneira sem precedentes, conferindo maior comodidade e conveniência a uma variedade de combinações de tratamento, que poderão ser cada vez mais realizados no conforto do lar de pacientes.
*César Griebeler é vice-presidente de Tecnologia do Grupo Pulsati
