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Filis 2023 promove reflexões sobre saúde digital para além do trivial

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Promovido pela Abramed, evento contou com diferentes agentes da cadeia de saúde para discutir desafios da tecnologia no aperfeiçoamento da gestão e do cuidado ao paciente

A integração da saúde e a aplicação de dados para aprimorar a gestão e o cuidado ao paciente permearam as discussões do 7º Fórum Internacional de Lideranças da Saúde (Filis), promovido pela Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed). Na última quinta, dia 31, o evento reuniu no Teatro B32, em São Paulo, diferentes atores da cadeia de saúde — representantes de hospitais, laboratórios, indústria farmacêutica, fornecedores de TI e governo — em meio a cases e painéis de debate, que abordaram avanços, desafios e impactos das novas tecnologias na saúde. 

Um dia dedicado a ver de perto como o mercado de saúde está colaborando para transformar o setor.  Estiveram em pauta questões como aplicação efetiva da cultura data-driven, otimização de processos burocráticos, plataformas/ dados integrados que viabilizem a interoperabilidade. Não faltou assunto para fazer a cabeça fervilhar e se questionar. Por exemplo, será que é de conhecimento geral que a Agência Nacional de Saúde (ANS) é a única agência no mundo que leva somente seis meses para analisar uma nova tecnologia? 

Validação de investimento em saúde digital 

No debate “Novas tecnologias e seus impactos na saúde: o que esperar do futuro?”, um time de peso tratou sobre pontos estratégicos acerca de tomadas de decisão que envolvem incorporação de novas tecnologias.  

“Priorizo soluções que atinjam um grande volume de pessoas”, afirma Gustavo Fernandes, diretor geral de Oncologia da Dasa, sob o ponto de vista de um gestor que lida com a segunda principal causa de morte no mundo. Já com a sua ótica de médico, sua primeira formação, Gustavo compartilha que gostaria de ter o que há de melhor para tratar os pacientes, como terapias e medicamentos de última geração, porém sabe que alguém precisa pagar esta conta.  

Para Jeane Tsutsui, CEO do Grupo Fleury, existem três critérios principais a ser considerados. O aspecto financeiro; objetivos a curto, médio e longo prazo; e os benefícios que determinada tecnologia oferece ao paciente. O custo talvez seja o critério mais evidente, especialmente, quando se trata de uma empresa de capital aberto, como o Fleury, mas Jeane ressalta que é fundamental avaliar o que a ferramenta entrega hoje e o que ela vai viabilizar no futuro tanto para o paciente quanto para a instituição.  

Jacson Barros, Healthcare Business Development Manager da Amazon, compartilha da opinião e disse que sempre define os fatores de sucesso do investimento e qual o propósito dele para tomar a decisão. Provocador, frisou que é preciso experimentar e perder o medo para as coisas funcionarem. Para ele, esses são uns dos fatores de sucesso do WhatsApp e do ChatGPT. 

Propulsor da saúde digital 

Em outra perspectiva, Ana Estela Haddad, secretária de informação e saúde digital do Ministério da Saúde, destacou o papel visionário que o Estado deve ter para fomentar a tecnologia. “Inovação envolve muitos custos e riscos”, pontou. De acordo com Ana Estela, é necessário que o Estado seja quase um vanguardista, ou seja, enxergue valor e invista em ferramentas, quando ninguém ainda vislumbrou o que ela oferece, para depois ser incorporada à sociedade efetivamente, inclusive citou a história da Apple como exemplo. 

Eliezer Silva, Diretor do Sistema de Saúde do Hospital Albert Einstein, conduziu a discussão de forma inteligente e com bom humor. Diante de tantas possibilidades que a tecnologia oferece, o moderador deixou uma reflexão a mais: será que vamos ressignificar o ser humano a partir da saúde?