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Maternidade Brasília tem UTI com inteligência artificial para monitorar recém-nascidos de alto risco e evitar lesões cerebrais

Article-Maternidade Brasília tem UTI com inteligência artificial para monitorar recém-nascidos de alto risco e evitar lesões cerebrais

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UTI Neonatal Neurológica Digital utiliza tecnologia desenvolvida por pediatras brasileiros e médicos especializados para monitorar à distância, 24 horas por dia, os bebês internados. Ao todo, 80 recém-nascidos foram cuidados com o uso da técnica

Bebês prematuros ou que apresentam alguma evolução desfavorável ao nascer, como falta de oxigenação no cérebro (asfixia perinatal), instabilidade hemodinâmica, infecção generalizada (septicemia) ou cardiopatia congênita, são considerados de alto risco e devem ser imediatamente encaminhados para internação em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) neonatal para receber cuidados especiais. 

A Maternidade Brasília, marca que pertence à Dasa, rede de saúde, tem utilizado em sua UTI Neonatal a tecnologia PBSF (Protegendo Cérebros e Salvando Futuros, na sigla em inglês), desenvolvida por pediatras neonatais brasileiros.

A técnica, que também dá nome à empresa, consiste no monitoramento cerebral de recém-nascidos de alto risco de forma remota, 24 horas por dia. Para tanto, um monitor especial com vários fios finos de eletrodos, colocados na região da cabeça do pequeno paciente, é instalado para gravar a atividade do cérebro, o que possibilita o monitoramento remoto. A tecnologia permite também aos médicos acompanharem a oxigenação e perfusão sanguínea cerebral dos bebês, o que sinaliza se houve sangramento, acidente vascular cerebral ou outros problemas associados.

A tecnologia inclui também a análise de dados e diagnóstico em tempo real por Inteligência Artificial (IA), identificação precoce de disfunções cerebrais em bebês e acionamento da assistência médica. Ao todo, de maio de 2022 a abril de 2023, 80 bebês recém-nascidos de alto risco foram atendidos pela UTI Neonatal Neurológica Digital da Maternidade Brasília. Conforme relatório da PBSF, em 45% dos casos o monitoramento foi realizado devido à crise convulsiva suspeita, que pode indicar uma condição neurológica grave e, a depender de cada caso, é recomendada medicação. 

Todo o processo precisa ser muito rápido, e o monitoramento deve perdurar ao longo da internação, pois em algumas condições, como é o caso da asfixia perinatal, os bebês afetados podem sofrer lesão cerebral e ficar com sequelas, como paralisia cerebral, déficit cognitivo, cegueira e surdez. 

Com o bebê já na UTI, uma das formas de evitar que essas e outras complicações ocorram é a neuromonitorização. Trata-se do acompanhamento constante da atividade neural dos pacientes com o objetivo de prevenir lesões cerebrais, conforme explica a pediatra neonatal e coordenadora da UTI Neonatal da Maternidade Brasília, Dra. Ana Amélia Meneses Fialho. 

“Estima-se que cerca de 80% dos casos de convulsão em recém-nascidos ocorrem sem alteração motora. Por isso, a única forma de diagnosticar e tratar de forma assertiva é com a neuromonitorização, que diminui as chances de sequelas neurológicas. Por outro lado, alterações motoras que muitos bebês apresentam podem não ser convulsão. Nestes casos, a neuromonitorização auxilia a equipe a não utilizar anticonvulsivantes desnecessariamente”, esclarece a especialista.

De acordo com o neonatologista Dr. Gabriel Variane, fundador e CEO da PBSF, empresa parceira da Dasa, o uso de Inteligência Artificial para análise das ondas cerebrais dos bebês possibilita diagnósticos mais rápidos e orientação para tratamentos mais eficientes.

“A plataforma de neuromonitorização digital permite que sejam realizados exames neurológicos em tempo real, os quais serão avaliados remotamente por médicos especializados. Estes profissionais discutem os casos clínicos dos recém-nascidos de alto risco e concedem à equipe médica à beira leito as informações necessárias para o tratamento”, descreve o Dr. Variane.  “Nosso principal intuito com essa tecnologia é diminuir a quantidade de recém-nascidos que poderiam evoluir com sequelas neurológicas evitáveis”, finaliza.